Conformar- se com a ausência dos falecidos – Crer em DEUS.

Minhas memórias parecem fixas, e os momentos em que seriam momentos para descansar vem a ser  os momentos de mais lembranças movidas pela ausência sentida, pelas buscas em vão.  Sinto o desejo de que todo este sentimento pudesse ser apenas um sonho do qual eu pudesse acordar em seguida…

Mas esta  dor  exprime a experiência de nova etapa da vida, totalmente nova, e a estrada já se fixou diante de mim para nela não desviar os pés. É esta dor a da transformação de minhas fraquezas em novas forças que vou conhecendo aos poucos. Pouco ou quase nada sabia eu sobre ” ser forte nas horas difíceis”,  Esta força vinda à minha alma é bem vinda, logo lanço um suspiro de alivio quando ela abraça minha imensa dor. Meu vazio, minhas angústias terão que dar lugar ao consolo Divino dentro de mim, só Ele pode ir ao mais profundo do meu sentimento e só Ele sabe como conduzir estas coisas que nestas horas não se encontra nem palavras para descrever o que acontece. É a mão de DEUS a que nos criou do pó, que preencheu de seu Espírito nossa essência transformando-nos em sua imagem e semelhança, por isso o “aceitar” não é fácil, pois é preciso crer sem ver.

Sim ver as coisas com os olhos de DEUS, Ele que é Pai e criador, ele que não tira o que é nosso, mas o que a ele pertence, ele que cuida de sua obra melhor que nós o faríamos, ele que tem suas razões mesmo que não nos pareça ter elas explicações, ele que faz o melhor para nós e para todos sem que para isto precise de nossa aprovação, ele que não nos explica o porquê de suas escolhas ou permissões, mas que Põe o fruto da vitória em antecipação no nosso ser, nos dando com o tempo o consolo e a aceitação, mesmo que a conformação custe ou nunca venha, nós aprenderemos a seguir, não nós por nós mesmos, mas abatidos pela impotência de nossa vontade pobre e limitada acabamos por deixar a mão de DEUS nos guiar e sem perceber damos a DEUS mais permissões para agir em nós e para ser em nós com mais potência.

Precisamos crer em DEUS de verdade, crer na vida Eterna, quem morreu, morreu o corpo conforme o desígnio de toda a humanidade, mas não a Alma, o Espírito. A pessoa vive não mais com o corpo corruptível e sim com o Corpo Espiritual. Não vemos a DEUS porque ele é Espírito. Mas como o ar que não vemos e sem ele nós deixamos de viver, assim DEUS é a vida e origem de todas as coisas. No Céu, na casa de DEUS onde ele coloca cada um de nós, nunca queiramos penetrar o que não é do nosso alcance neste ou nos diversos momentos, pois o orgulho nos leva a querer que Deus faça a nossa vontade, mas a humildade nos ensina a ver que devemos nós nos submetermos e a fazer a vontade de DEUS mesmo em meio ás tempestades, que nunca serão pra sempre, elas passam, a bonança é muito mais valorizada depois dos ventos fortes, e passe o tempo que passar, tudo um dia será diferente, nós também teremos um dia e uma hora final, por isso não vamos dar mais atenção á nossa matéria do que o nosso Espírito pois todo cuidado com nossa matéria fora do necessário é escravidão e vaidade, o Espírito é eterno e a matéria passa. Jesus nos ensinou no Santo Evangelho, busquemos a fé, a Palavra de DEUS e uma vida santa com DEUS.

Não perdemos  ninguém, apenas consentimos a DEUS o que a ele pertence. Todos pertencemos a DEUS e a ele vamos encontrar um dia. E muitos pensarão, mas já não o encontro todos os dias? Sim todos os dias, o encontramos, mas todos os encontros neste mundo é uma prefiguração e uma preparação ao encontro maior que será quando surgir o momento do por do sol do dia que será toda a nossa vida para aguardar o novo amanhecer em seus braços onipotentes de Pai.

Mas crer é um exercício de perseverança, é como uma coluna onde procura  se segurar quando sopra o forte vento inesperado. A única estrada que leva ao rumo certo é a Oração. A fé remove montanhas, pois é preciso atravessar para o outro lado onde lá do lado de lá não se anda com os pés, mas com a luz do Espírito Santo de DEUS.

Não esqueçamos de que nós somos templo do Espírito Santo e não sabemos a obra que DEUS está realizando no coração nosso e muito menos no coração do outro. E mesmo que nosso ente querido ausente não seja visto por nossos olhos ele está perante os Santos olhos do nosso DEUS.

Não resolve debater- se como o peixinho fora da água, é preciso ir a DEUS com as armas do Espírito em auxilio de nossos amados, pois se não podemos agora vesti-los com as roupas ou alimentá-los como fazíamos, isto não deve diminuir nossa atenção para com eles, pois ainda o poderemos auxiliar enviando as vestes que são nossas sinceras reparações e orações por eles, pois estes são os alimentos da alma, e as obras de penitencia que poderemos oferecer em sua memória, pois nenhuma obra de amor ficará esquecida, o que não estamos totalmente distantes como pensamos, a distancia só é medida pelo grau de fé e santidade que buscarmos exercitar por eles.

Peçamos a DEUS a sabedoria de saber transformar os momentos. Se o Senhor DEUS nos permite tal momento difícil, ele sabe de nossas forças e nunca nos dará um peso maior que a nossa força e por mais que não sintamos a força e sim a fraqueza, muito se deve que não olhamos para o nosso DEUS, mas para a nossa miséria e pequenez. Quando resolvermos deixar DEUS ser o comandante do remo de nosso barco, ele atravessará os altos mares, vencerá as tempestades e chegará à praia almejada.

Alguns ensinamentos nos são ditos, mas só são aprendidas as lições verdadeiras, quando colocamos o coração para se moldar em meio aos acontecimentos o que nos ensina DEUS.

Por vezes durmo a noite, mas às vezes o sono é iniciado varias vezes e assim por diversos dias.  Parece que a saudade não fala, mas tem uma voz gritante dentro de meu ser. Eu tento me esconder das lembranças, mas os caminhos se tornam ao inverso, querer ir pela estrada da conformidade ou de esquecer alguma coisa, parece uma estrada de ladeira, onde tudo se acumula muito mais dentro mim. Não me sinto sozinha, sinto mais meus queridos lembrados junto a mim até mesmo do que antes quanto estava junto em tempos outrora ainda nesta vida. E assim, dia após dia, e noites após noites minha alma vai levando e trazendo até Nosso Senhor JESUS meus olhares de vazio, de interrogação, de dor, de incertezas, até de fraquezas enfim, e até com lágrimas. Quando mais desejo não prantear, eu não tenho a palavra final, não vou chorar, ah. Não, o choro é inevitável que venha, muitas vezes é a única porta por onde se esvai o imenso rio de amarguras que a dor da saudade de alguém se escoa de dentro de mim.

Mas eu percebo lindamente, que entre as idas e vindas do meu estado de angustia e de saudades, do início ao fim desta estrada de estreito caminho nunca me abandonou o meu Amigo JESUS. Ele não esgota comigo sua bondade e compreensão, pois se tenho fé, não deveria eu sentir o que sinto, deveria ser mais forte penso eu em alguns dolorosos momentos, mas o tempo da dor do coração de uma alma que sofre, não tem a extensão que se deseja e não se pode determinar quando começa e termina se é profunda ou leve, e por vezes pensando se já vencida tal batalha, quantas recaídas e renovadas vezes recomeçamos a jornada no colo de DEUS

Aqui estamos nós prontos para ser colhidos por DEUS só não sabemos o dia e nem a hora, temos a certeza de que um dia foi colhido de nossa vida pessoas tão importantes, tão amadas, tão preciosas, únicas, e,  meu DEUS, que falta vão fazer sempre aqui, mas o que não se podia compreender antes, somente com a luz divina em nossa alma poderemos enxergar, que o calvário interior é um calvário presente no próprio calvário de Nosso Senhor. Todas as lutas interiores nos levam às podas, a humildade, a oração, à busca das coisas de Deus, do valorizar-se como obra única e especial das mãos de DEUS. Quantas vezes só valorizamos a simplicidade das coisas, e da própria vida quando perdemos alguém.

Do momento da poda surge a seiva que logo aparece para ajudar a cicatrizar o corte, para que o tronco possa prosseguir buscando no profundo das raízes e estas raízes no profundo da terra todo o vigor. Os raios do sol como se o fosse pela primeira vez dele receber o vigor da vida, de absorver todos os benefícios das gotas das chuvas para vigorar tudo o que vai brotar, enfim se fossemos perguntar a um fruto, como foi sua história, ele teria tanto para nos dizer, a começar do trabalho das raízes que em silencio cumpriram suas tarefas  e se elas puderam amadurecer é porque encontraram os nutrientes , tudo que precisavam no momento certo, mesmo quando tudo parecia perda, dor sem compreensão. Diz um ditado popular:

Deus escreve certo nas linhas tortas, e assim a vida nunca pára, nós é que nos demoramos na aceitação dos acontecimentos da vida, mas com fé verdadeira, tudo venceremos.